Porque
rompemos com a Frente de Esquerda em João Pessoa
Normalmente, as eleições
municipais são marcadas por questões específicas dos bairros e por campanhas
clientelistas. No entanto, as eleições deste ano se dão em uma situação
diferente e muito especial.
O país vive a maior crise
econômica de sua história. São os trabalhadores e trabalhadoras e os setores
populares os que estão pagando por ela com enormes sacrifícios. São mais de 11
milhões de desempregados. O preço dos alimentos sobe todos os dias. A renda
média da população caiu 9% nos últimos três anos. A dos pobres, muito mais. O
governo e os patrões planejam impor sacrifícios ainda piores: aumentar a idade
mínima de aposentadoria para 65 anos; retirar direitos trabalhistas e cortar
gastos sociais em Saúde e Educação. Enquanto eles enchem os bolsos com a
corrupção e os roubos milionários de dinheiro público.
Por outro lado, durante muitos
anos, os trabalhadores e o povo pobre viram os governos do PT como uma
alternativa para melhorar suas condições de vida. Foram traídos. O PT se aliou
com partidos burgueses de direita como o PMDB, o PSD e o PP, se atolou até o
pescoço no mar de lama da corrupção e terminou adotando medidas contra os
trabalhadores e o povo, que hoje o governo Temer trata de continuar.
O PSTU foi o primeiro a
denunciar (e continua a fazer isso) que as eleições são manipuladas pelo poder
econômico. Que os candidatos, inclusive a esquerda oportunista, são financiados
pelos empresários e depois devolvem este dinheiro em “benefícios”, também
chamados de propinas ou superfaturamentos em obras públicas.
Participamos das eleições para
oferecer uma alternativa independente dos patrões e dos governos, uma
alternativa de luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e do povo
pobre. Não aceitamos dinheiro de empresas nem de empresários.
Temos um programa com propostas
em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, emprego, salários
dignos, moradia, transporte, saúde e educação. Que os ricos paguem pela crise.
Um programa que levante a luta contra este governo e todos os políticos
exploradores e corruptos. Fora Temer e
Fora todos eles!
No nosso estado, a situação da
classe trabalhadora não é diferente, o governador “socialista” Ricardo Coutinho
governa com mão de ferro, e trata o servidor de forma desumana, congelando os
salários em um momento em que a inflação e o custo de vida aumentaram
vertiginosamente, além disso os serviços oferecidos a população paraibana são
cada vez mais escassos e caóticos, os/as trabalhadores/as não tem empregos, não
tem segurança, não tem saúde e educação de qualidade e a lista de maldades se
estende para todos os lados.
Na cidade de João Pessoa, não
existe diferença entre o governo Cartaxo e o governo dos seus antigos aliados
Ricardo e Dilma/Temer, na saúde o principal exemplo do descaso é o “Trauminha”
em Mangabeira onde a população sofre a espera de um atendimento ou de uma
cirurgia, com os servidores não há diferença no tratamento, os professores
foram brutalmente atacados na última greve e desrespeitados com o
descumprimento da lei do piso, se nacionalmente existem vários escândalos de
corrupção, aqui o prefeito faz tudo para que CPI’s como a da Lagoa não
aconteçam.
Para barrar estes ataques que
os/as trabalhadores/as vem sofrendo é necessário construir uma grande greve
geral para derrubar Temer e todos os demais, rumo a novas eleições sobre o
controle dos trabalhadores, só com a luta da classe trabalhadora poderemos
derrotar este governo e impedir ataques às nossas conquistas e conseguir novos
avanços.
Rama Dantas na convenção do PSOL |
Neste sentido havia uma
necessidade urgente de garantirmos a unidade da classe trabalhadora com um
programa classista, e assim se desenhava a construção da Frente de Esquerda em
João Pessoa. No dia 21de julho, o PSOL realizou a sua convenção municipal em João
Pessoa, nela foi homologada a candidatura de Victor Hugo para prefeito de João
Pessoa, na atividade estavam presentes militantes de várias organizações e
compondo a mesa estava a companheira Rama Dantas, então pré-candidata pelo PSTU
a vice-prefeita em uma coligação com o PSOL. Estávamos dispostos a compor a
Frente de Esquerda em João Pessoa por acreditarmos que aqui na Paraíba ela era
possível pela postura diferenciada do PSOL, aqui não se aceitaria de nenhuma
forma financiamento de empresas e empresários, como infelizmente aconteceu com
o PSOL em outros lugares.
Uma candidatura para os
trabalhadores e trabalhadoras tem de rechaçar explicitamente a política dos
governos do PT de colaboração com os banqueiros, empreiteiros e corruptos, que
levou o país a uma enorme crise econômica com mais de 12 milhões de
desempregados e, agora, está totalmente envolvido nos escândalos de corrupção.
A candidatura que o PSOL apresenta para prefeito, Victor Hugo, que é um
conhecido lutador dos movimentos sociais e que continua na luta apesar de
muitos terem se vendido e traído os trabalhadores.
Mesmo identificando no camarada
Victor Hugo uma postura diferenciada, infelizmente o PSOL na Paraíba repete os
mesmos erros do PSOL nacional com uma política de alianças que não faz parte do
campo da classe trabalhadora, aqui estava compondo a Frente de Esquerda o
movimento Raiz Cidadanista que tem como fundadora Luiza Erundina. Em São Paulo
o partido cedeu a legenda para Luiza Erundina. Muitos podem não saber ou se
lembrar, mas quando prefeita da capital paulista (1989-1992), Erundina não
governou para os trabalhadores. Pelo contrário, enfrentou e reprimiu greves,
como a dos professores e a dos rodoviários. Após sua gestão à frente da
cidade, rompeu com o PT para integrar o governo de Itamar Franco. Ingressou
posteriormente no PSB, e chegou a ter o atual presidente interino, Michel
Temer, como vice em sua chapa à prefeitura em 2004.Em uma recente entrevista,
Erundina afirmou que poderá compor o seu governo na prefeitura de São Paulo com
petistas.
É necessário que o PSOL de João
Pessoa rompa com essa prática de alianças com partidos e organizações que não
são da classe, que exija que os outros diretórios também façam o mesmo, pois
não entendemos como o PSOL pode ser oposição a Cartaxo/PSD e Ricardo/PSB aqui
na capital, e em Sousa por exemplo, apoia uma candidatura dos partido destes
dois senhores.
Diante dos fatos, o PSTU vem
publicamente anunciar, que não compõe mais
a Frente de Esquerda em João Pessoa. A nossa convenção, realizada nesta
sexta-feira dia 05 de agosto, aprovou por unanimidade a ruptura e o lançamento
de nossas candidaturas. Não iremos neste pleito lançar candidaturas para o
cargo majoritário e assim, mesmo discordando da política de alianças do PSOL, iremos chamar os/as trabalhadores/as de
João Pessoa a votarem em Victor Hugo a prefeito de nossa capital por
acreditarmos na trajetória de luta do camarada.
Lançaremos
a companheira Rama Dantas como candidata a vereadora para mostrarmos a classe
trabalhadora que a luta das mulheres é um problema de classes e que só a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária é que poderá realmente
trazer as melhorias que tanto essa maioria de nossa sociedade tanto necessita.
Precisamos
construir o “Fora Temer, Fora todos eles”, romper com os banqueiros,
empreiteiros e grandes empresas e apresentar um programa operário e socialista.
“Esta candidatura não é apenas pelo Fora Temer, mas também pelo Fora Cartaxo,
Fora Ricardo Coutinho, Fora todos eles! Rumo a uma greve geral para derrubar
todos eles!” afirmou Rama Dantas na convenção do PSTU.
Por uma João Pessoa para os/as
trabalhadores/as, para a juventude e a população mais pobre! Basta de
governarem para os ricos!
Por um governo dos/as
trabalhadores/as baseado em conselhos populares, em que os/as trabalhadores/as
de forma organizada, junto com a juventude mais carente, o movimento popular,
os movimentos de luta contra a opressão, contra o machismo, o racismo e a
LGBTfobia, decidam os rumos da cidade! Não precisamos nem queremos mais dos mesmos,
queremos uma revolução pra mudar de verdade!
PSTU
DIRETÓRIO MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA
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