MANIFESTO
O
IBGE divulgou, recentemente, um estudo aonde se comprovou que o país está,
oficialmente, em recessão. Nossa classe já sabe disso há um certo tempo, pois
tem recaído sobre ela a conta da crise gerada pelos governos e patrões.
Após
as eleições de 2014, onde confirmou-se a continuidade do governo Dilma, a
classe trabalhadora brasileira tem sofrido vários ataques em seus direitos e
conquistas. Estes ataques vêm de todos os lados: do governo federal, dos
governos estaduais e municipais, dos patrões, da mídia, do judiciário, do
parlamento e da polícia. Neste ponto, há uma unidade entre os setores que
apoiam o governo e os que lhe fazem oposição de direita.
As
votações das MP’s 664 e 665 (que atacaram direitos históricos dos/as trabalhadores/as,
como o seguro-desemprego, a pensão por morte, o auxílio doença, entre outros),
a MP 680 (que cria o Programa de Proteção ao Emprego – PPE -), o avanço das
privatizações (o governo Dilma privatiza a Petrobras enquanto os tucanos
privatizam a linha 5 do metrô paulista e o governo goiano privatiza a companhia
do Estado). Tudo isso acompanhado de sucessivos aumentos nas contas de água,
luz, telefone, gás, passagens de ônibus, dentre tantos outros itens da
sobrevivência cotidiana da população. Aliado ao baixo consumo e à estagnação da
indústria, temos uma alta expressiva da inflação, que corrói cada vez mais os
salários e o poder de compra de nossa classe. Junte-se a isso também o aumento
no grau de endividamento dos/as trabalhadores/as. Enquanto isso os banqueiros e
capitalistas deste país cada vez mais se enriquecem com a exploração do
trabalho do nosso povo e o abocanhamento de quase a metade do orçamento que o
governo destina ao pagamento da dívida pública.
Apesar
de todo esse quadro adverso, nossa classe tem lutado. A greve dos servidores
federais, a luta – vitoriosa – dos metalúrgicos da GM de São José dos Campos e
as greves dos metalúrgicos da Volks de Taubaté e da Mercedes Benz, de São
Bernardo do Campo, mostram que a classe trabalhadora de nosso país resiste e
não quer pagar por uma conta que não é nossa. Em setembro, categorias
importantes devem aumentar esse “caldeirão da resistência e luta” dos/as
trabalhadores/as, como os petroleiros, bancários e correios.
Por
conta dessa grave crise econômica que atravessamos, cruza-se uma outra, que é a
crise política. Pesquisas recentes apontam que o governo Dilma possui apenas 7%
de popularidade (menos do que Collor no auge da crise que o levou ao
impeachment). O governo vê sua base aliada no Congresso derreter como gelo,
além de uma ofensiva da oposição de direita, que tendo Aécio Neves e Cássio
Cunha Lima (ambos do PSDB) como baluartes da reação, buscam desesperadamente
convencer os pesos pesados da burguesia nacional (e até internacional) de
construírem o impeachment de Dilma. Porém, a maioria dos capitalistas não vem
embarcando nessa tática dos tucanos acima citados, nem mesmo dentro do PSDB há
essa unidade. Há alguns dias, a Rede Globo, via “Jornal Nacional”, expressou em
editorial apoio ao governo Dilma. Mesma linha seguiram a FIESP e a FIRJAN em
nota conjunta e até mesmo o “Financial Times”, porta-voz do imperialismo
europeu, isso sem falar na declaração de apoio ao governo Dilma dos presidentes
dos dois maiores bancos brasileiros, Itaú e Bradesco.
A
Operação Lava Jato vem contribuindo para que os/as trabalhadores/as percebam a
profunda conexão entre corrupção e a piora das suas condições de vida. E que,
para acabar com essa e outras mazelas, é necessário organizar nossa classe.
Nesta
perspectiva, precisamos construir um pólo classista, que defenda os direitos e
conquistas duramente atacados tanto pelo PT quanto pelo PSDB, PMDB, DEM e seus
satélites nos Estados e Municípios. Queremos apresentar o Bloco Espaço Unidade
de Ação na Paraíba, assim como já existe em nível nacional e vários Estados.
Não podemos deixar nossa classe à mercê do governo Dilma ou da oposição de
direita. Convidamos você e sua entidade sindical, popular e/ou estudantil a
construir a unidade com aqueles/as que continuam na luta, defendendo os
interesses da NOSSA classe!
No próximo dia 12/09,
a partir das 10h, no auditório do SINTECT/PB, iremos realizar uma Plenária
Ampliada de Entidades para debatermos a construção do Bloco Espaço Unidade de
Ação e a Marcha Nacional da Classe Trabalhadora e o Encontro Nacional dos/as
Lutadores/as, ambos em São Paulo, nos dias 18 e 19/09/2015.
Assinam
este Manifesto:
Nenhum comentário:
Postar um comentário